O que é diversidade?
Para todo o lado que olhamos, vemos alguém dizendo que temos de discutir a diversidade.
De acordo com o Dicionário Aurélio, “diversidade” tem origem na palavra “diverso”. Por sua vez, “diverso” é o que é diferente, distinto, variado.
Se formos analisar a diversidade na sociedade, seu significado se amplia.
Vivemos num mundo diverso, com pessoas diferentes, gêneros variados e ricas etnias. Mas tudo por fora. Por dentro, somos todos iguais, com carne, osso e alma. E aí está a grande questão. Como todos enxergarem o diferente como igual?
Equidade
Ainda com a diversidade, ouvimos muito falarem em equidade e inclusão.
A equidade significa um julgamento justo. Se pensarmos melhor sobre a própria expressão “julgamento justo” nos parece, a princípio, uma controvérsia. Pois o julgar já é uma forma injusta de analisarmos qualquer coisa. O julgamento é algo totalmente subjetivo.
Julgar, novamente conforme o dicionário, é “decidir como juiz”, “formar opinião”, “sentenciar”. Ora, quem, além de um juiz de profissão, está apto a julgar outra pessoa? E nem mesmo este está livre do erro. De onde surgiu a ideia de que podemos formar alguma opinião sobre a vida dos outros?
Sobre olhar para os outros, Sadhguru, yogi e escritor indiano, nos diz:
Eu quero mudar você — isso não é uma revolução. Estou disposto a mudar — agora isso é uma revolução.
Aí está o ponto até onde devemos chegar. Ninguém deve julgar ninguém, nem mesmo de forma “justa”. Para um Mundo Melhor, devemos olhar para nós mesmos. Julgar nossas ações e pensamentos. E não os de outrem.
Inclusão
Da mesma forma costumamos usar o termo inclusão como algo positivo. Pelo qual temos de lutar. Entretanto, se devemos “incluir” algo é porque este algo está de fora. Ao contrário de parecer algo positivo, usarmos “inclusão” vem comprovar a existência da exclusão social. E isso é gravíssimo do ponto de vista de uma sociedade igualitária, onde todos têm o mesmo espaço e convivem em harmonia.
Outra expressão que deveria ser retirada de nossas vidas é “minoria”. A própria expressão “grupos minoritários da população” já é excludente. Até mesmo porque, muitos deste grupo já não são mais minoritários, como as mulheres, por exemplo. Hoje, elas são maioria no Brasil. Segundo o IBGE, em 2019, a população brasileira era composta por 48,2% de homens e 51,8% de mulheres.
O que precisamos mesmo é deixar de falarmos, de darmos nomes aos nossos erros. Temos de sentir de forma inclusiva, sem julgamento, sem diversidade. Afinal, nenhuma flor é menos flor por ser de cor diferente. E um deserto não deixa de ser imponente por não ter matas.
Mas como podemos deixar as diferenças de lado?
Ao vir uma pessoa “diferente” de você, de gênero diferente do qual você está acostumado(a), de cor de pele ou cabelo diferentes do seu, olhe bem dentro de seus olhos. Simples assim. O resto, tudo ao redor, são detalhes. Lá, no fundo dos olhos daquela pessoa, estará o brilho de sua alma.
E essa parece ser uma das lições que viemos aprender nesse planeta. O ser humano veio para entender que somos todos um. Inclusive, além de nós mesmos, somos ligados ao planeta Terra. Mas isso é pauta para outra matéria.
No final das contas, a diversidade acrescenta. E só é um obstáculo para quem ainda não aprendeu quem realmente é. “Olhe para seu próprio umbigo” parece, isso sim, a melhor expressão para dizer a estas pessoas. E deixe os outros viverem em paz.
Fonte: Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário Aurélio, Nova Fronteira, Rio de janeiro, 1977.