O Agronegócio no Brasil e a diminuição de emissão de carbono

O Agronegócio no Brasil e a diminuição de emissão de carbono

Como o agro pode ajudar nos desafios climáticos

De uns tempos para cá muito ouvimos falar do quão agressivo é o consumo da carne para o meio ambiente. Há alguns anos atrás o maior problema da natureza era a exploração para a agricultura. Agora, o maior foco tem sido na emissão de gases do efeito estufa produzidos pelo gado no agronegócio. Mas ao invés de tentarmos transformar todos os humanos em vegetarianos, que outras medidas podem ser tomadas para o desenvolvimento sustentável?

A América Latina e a agricultura podem ter papéis importantes no enfrentamento dos desafios climáticos do planeta Terra. Nesse sentido, um dos caminhos possíveis é investindo na diminuição de carbono.

 

Práticas sustentáveis da agricultura brasileira

Hoje em dia, o Brasil já conta com práticas agrícolas que protegem o meio ambiente. Por exemplo, em algumas regiões brasileiras o plantio é feito direto na palha, sem revolver o solo.

Ou seja, tratam-se as culturas de cobertura, que evitam que o solo fique exposto. O melhor dessa prática é que é evitada uma emissão de 1,1 bilhão de toneladas de carbono na atmosfera, de acordo com estimativas do Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, conhecido como Plano ABC+.

 

O que é o Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária

O Plano ABC+ é a segunda etapa do Plano ABC. Este primeiro plano foi realizado entre 2010 e 2020 e atenuou a produção de aproximadamente 170 milhões de toneladas de dióxido de carbono. Isso equivale a uma área de 52 milhões de hectares. Tratou-se de uma meta superada em 46,5% em relação à estabelecida.

Depois disso, em outubro de 2021, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou as metas e tecnologias do plano ABC+ 2020 a 2030. A ideia é aumentar a área para 72 milhões de hectares até 2030. Será uma expansão de 103% em relação à década anterior.

Agronegócio e tecnologia
O Plano ABC+ comprova que o investimento na capacitação dos agricultores e pecuaristas do país além de novas tecnologias podem ajudar na diminuição do carbono no planeta. Foto: Freepick

 

Dessa forma, o Brasil entrará numa das mais ambiciosas políticas da agropecuária mundial. Tudo a fim de aprimorar a sustentabilidade da produção brasileira nos próximos anos. Além de enfrentar as mudanças climáticas.

 

Quais as medidas do Plano ABC+ para o desenvolvimento sustentável?

Para que o agronegócio contribua para a diminuição de emissão de carbono no meio ambiente, foram incluídas novas tecnologias de bioinsumos, sistemas de irrigação e novas técnicas de confinamento dos bovinos. Por sua vez, a alimentação destes bovinos agrega ingredientes que resultam em uma menor emissão de gases de efeito estufa.

Outra tecnologia proposta pelo ABC+ é o plantio de florestas. Isso será feito em 4 milhões de hectares para a recuperação de áreas ambientais. Também servirá para a produção comercial de madeira, fibras, alimentos, bioenergia e produtos florestais como látex e resinas.

Em adição a tudo isso, um estudo realizado pelo Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás (Lapig/UFG) levantou que, entre 2010 a 2018, foram recuperados 26,8 milhões de hectares de pastagens degradadas. Isso corresponde a uma área recuperada maior que todo o território do Reino Unido.

O paradoxo de diminuição dos gases e aumento da produção de alimentos

 

Por outro lado, com o crescimento contínuo da população mundial, temos de pensar numa solução para o aumento da produção de alimentos sem agredir ainda mais a natureza. E enquanto discutimos a emissão de gás metano pelos bois, o mesmo gás é gerado na decomposição orgânica. Ou seja, se todo o ser humano se tornar vegetariano, teremos ainda mais emissão de gás metano com o aumento do consumo de vegetais e descarte de resíduos orgânicos em aterros sanitários. Veja nossa matéria a respeito do lixo e da reciclagem de resíduos no Brasil.

Sendo assim, urge pensarmos em como reduzir a emissão de GEE (Gases de Efeito Estufa). Eles são um dos principais fatores que influenciam as mudanças climáticas.

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Uma parcela de estudiosos acredita que a concentração dos gases de efeito estufa tem provocado mudanças no clima do planeta, provocando inundações, ondas migratórias, entre outras consequências. Foto: Freepick

 

Poderíamos começar pela adoção de boas práticas agrícolas. Para isso, temos de melhorar o manuseio da agricultura para aumentar a produção. Além de reduzir impactos ambientais no campo.

Afinal, a própria atividade agrícola depende de um clima propício para prosperar. Se os agricultores interferem de forma errônea no sistema natural do planeta, eles mesmos sofrem as consequências. Por isso, vemos que eles mesmos têm procurado acompanhar novas tecnologias e empenhar-se no desenvolvimento sustentável.

Finalmente, para um mundo melhor, parece prioridade o investimento em educação e inovação no agronegócio. Ajudar os agricultores e pecuaristas a diminuir a emissão de gases nocivos ao planeta deve estar nos planos de todos os governos.

Nesse contexto, transformar a humanidade em vegetarianos não seria a melhor proposta. O clima saudável no mundo pode ser mantido através de medidas sustentáveis aplicadas na cadeia de produção de alimentos. Isso sem esquecer dos resíduos produzidos pelo ser humano. A proteção do meio ambiente depende da criatividade das pessoas. E isso temos de sobra. Mãos à obra.

Para um Mundo Melhor

Márcia Rosito - publicitária especialista em Marketing Digital, Artista Plástica e defensora da natureza e do ser humano como indivíduo holístico. Criadora e administradora dos sites paraummundomelhor.com e marketingdefato.com.br.

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